Unificação Alemã
Antecedentes
Antes da unificação, o território germânico estava fragmentando em 39 estados que formavam a Confederação Germânica. A Confederação era governada por uma assembleia com representantes de todos os estados. A região possuía duas forças hegemônicas: o Reino da Prússia, liderado pela dinastia da Casa de Hohenzollern e que era o reino mais desenvolvido economicamente da região, e o Império Austríaco, governado pela dinastia dos Habsburgo e uma força claramente decadente a partir da segunda metade do XIX. O projeto de unificação da região foi liderado pela Prússia, que via nesse plano uma forma de garantir o seu desenvolvimento econômico. Dessa forma, a liderança prussiana nesse processo iniciou-se, de fato, a partir da coroação de Guilherme I como rei da Prússia e da
nomeação de Otto von Bismarck como primeiro-ministro. A unificação alemã foi estabelecida após o enfrentamento de grandes nações europeias em três conflitos distintos. Primeiramente, houve a Guerra dos Ducados, na qual os prussianos enfrentaram a Dinamarca. Em seguida, ocorreu a Guerra Austro-Prussiana contra os austríacos e, por fim, houve a Guerra Franco-Prussiana, que consolidou a unificação germânica.
Guerras de unificação
A Guerra dos Ducados foi iniciada pela Prússia, em parceria com a Áustria, sob o pretexto de a Dinamarca ter descumprido um item de um tratado firmado em 1852. Os dois ducados foram rapidamente conquistados pela Prússia, e a ocupação deles pela Prússia e Áustria gerou um desentendimento entre essas duas nações que levou a um novo conflito pouco tempo depois. Esse conflito foi a Guerra Austro-Prussiana que foi uma primeira grande mostra do poderio militar pelo modernizado exército prussiano. Durante essa guerra, os prussianos conseguiram o apoio dos italianos, que também passavam pelo seu processo de unificação. Isso foi estrategicamente vital para a vitória prussiana, pois dividiu as forças austríacas em duas frentes, fazendo-as lutar enfraquecidas contra os prussianos. Com a vitória sobre a Áustria, a Prússia invadiu e anexou grande parte dos ducados germânicos que lutaram do lado dos austríacos na guerra. Além disso, com essa conquista, os prussianos formaram a Confederação Germânica do Norte, que fez a exclusão da Áustria e obrigou os austríacos a pagar indenização de guerra aos prussianos. O último conflito da unificação alemã foi a Guerra Franco-Prussiana. Essa guerra teve como estopim um desentendimento entre essas duas nações pela sucessão do trono espanhol. Além disso, havia uma certa disputa pelo controle de reinos germânicos que ainda não haviam sido anexados pelos prussianos.O exército francês sofreu uma grande derrota. Os prussianos exigiram a posse da Alsácia-Lorena, como também cobraram 5 bilhões de francos de indenização e obrigaram os franceses a aceitar uma marcha triunfal do exército da Prússia sobre a cidade de Paris. Com a vitória e os novos territórios, Guilherme I inaugurou o Império Alemão em 1871 e foi coroado kaiser (Imperador).
Consequências
A unificação alemã foi responsável por alterar a balança de poder na Europa no final do século XIX. O sucesso desse projeto liderado por Otto von Bismarck colocou a Alemanha como potência e fortaleceu as ambições imperialistas dos alemães que se lançaram no objetivo de obter colônias na África. A humilhação imposta à França, ao final da Guerra Franco-Prussiana, ainda amargou as relações desses dois países e contribuiu para o desenvolvimento de um revanchismo, fato importante para o começo da Primeira Guerra Mundial. Assim, foi colocado em prática o projeto imperialista germânico na Europa, uma vez que, tempos depois, em 1914, a Alemanha iniciava a ofensiva contra a França.
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